Estadão denuncia estrutura que paciente com Covid encontra no Hospital Municipal de Ermelino

Estadão denuncia estrutura que paciente com Covid encontra no Hospital Municipal de Ermelino

22/07/2020 0 Por emjornal

21/07/2020

O jornalismo do Jornal O Estado de São Paulo traçou uma radiografia entre as expectativas vividas diante da pandemia em vários cenários: dos Hospitais públicos, particulares e de referência. Como exemplo no caso de hospital público, o escolhido na reportagem foi o Alípio Correa Neto de Ermelino Matarazzo que encontrou a seguinte situação:

Falta de monitores para acompanhar os sinais vitais dos pacientes,ausência de profissionais nos fins de semana e problemas estruturais,como a escassez de tomadas elétricas, são alguns dos problemas do Hospital Municipal Prof. Dr. Alí­pio Correia Netto, em Ermelino Matarazzo, zona leste de São Paulo, de acordo com os relatos de funcionários e familiares de pacientes. Alguns desses problemas já existiam. Com a pandemia, foram mais sentidos no hospital, um dos 20 endereços da rede municipal. Não é referência, ou seja, não tem foco especí­fico na covid-19.

A sala de emergência, chamada Choque I, recebe os pacientes graves. O setor possui oito monitores multiparamétricos, aparelhos que medem os sinais vitais, e oito respiradores. O local normalmente acolhe o dobro de pacientes. Com isso, doentes entubados ficam sem o acompanhamento ideal. Há tensão nos profissionais.

Na sala do Choque II (Sutura), ficam pacientes que precisam de cuidados de unidade semi-intensiva. Aqui o problema é a falta de profissionais.Não há fisioterapeutas, principalmente à  noite e aos fins de semana,para fazer o manejo respiratório dos pacientes, ou seja, a recuperação do pulmão. A mesma carência é observada em outro setor recém-inaugurado para atender novos casos, adaptado no antigo pronto-socorro infantil.Ali, no Choque III, são mais nove leitos com entubados.

Até a semana passada, faltavam camas hospitalares na UTI covid-19. A maioria dos pacientes ficava em macas ou macas hidráulicas, o que dificulta a recuperação. Em doenças respiratórias, o paciente tem de ficar em decúbito elevado (barriga para cima, com ombros ligeiramente elevados) para favorecer a recuperação dos pulmões. O problema foi resolvido. Outro problema da infraestrutura se localiza também no Choque II. Faltam tomadas elétricas para bombas de infusão, equipamento eletrônico que aplica de forma contínua a medicação. Faltou planejamento, na visão dos funcionários, sobretudo ter revisado a parte elétrica.

Os problemas estruturais no hospital, no entanto, não impedem boas experiências de atendimento. João Evange Lacerda foi internado no dia 15 de maio para colocação de um marcapasso. Ele foi diagnosticado com covid-19 e teve de ir para a área de isolamento por nove dias. Após o período , o paciente foi submetido à cirurgia no dia 16 de junho. Deu tudo certo. A mulher, Zuleide, afirma que ele foi bem tratado. “Meu marido foi bem cuidado no hospital”. 

A Secretaria Municipal da Saúde informa que a Sala de Choque I do Hospital de Ermelino Matarazzo tem os equipamentos necessários para atendimento de urgência e emergência e estabilização do quadro dos pacientes. Sobre a sala de Choque II ou Sala Laranja, a pasta informa que, depois de estabilizados, os pacientes são transferidos para outras áreas que dispõem de equipe capacitada para o manejo respiratório dos pacientes e fisioterapeutas para atender todas as alas. Embora a unidade não seja referência para covid-19, o Hospital de Ermelino reservou a Sala de Choque III para o atendimento de casos de emergência e estabilização da doença.

Fonte:https://saude.estadao.com.br/noticias/geral,hospitais-publico-particular-e-de-referencia-de-sp-vivem-expectativas-diferentes,70003361957