O passado da ferrovia de Ermelino Matarazzo

O passado da ferrovia de Ermelino Matarazzo

31/05/2020 1 Por emjornal
HISTORICO DA LINHA: A variante de Poá, também chamada de variante de
Calmon Viana, teve a construção iniciada em 1921, mas a linha foi aberta
somente em 1/1/1934, depois de uma interrupção de oito anos nas obras.
Ela tinha um traçado mais suave em termos de curvas e aclives quando
comparada com a linha original que seguia de Poá ao Tatuapé, no ramal de
São Paulo, daí sua construção. Começava na estação de Calmon Viana e
terminava na Sexta Parada (Eng. Gualberto) do ramal de São Paulo. Com o
tempo, foi se transformando em linha de trens de subúrbio, os trens
metropolitanos de hoje, e é uma das linhas mais movimentadas da CPTM em
São Paulo, embora com os piores trens.
 

A ESTAÇÃO: A estação de Comendador Ermelino,
homenageando Ermelino Matarazzo, foi inaugurada em 1926
em terras doadas pelas I. R. Francisco Matarazzo.

Pouco tempo depois, o tráfego, que corria apenas entre Calmon
Viana
e Engenheiro Goulart (o trecho Eng. Goulart-Sebastião
Gualberto
não estava pronto), foi interrompido e assim ficou até
1934, quando foi reaberto, agora na variante toda.

O bairro surgiu como consequência da abertura da estrada de
rodagem São Paulo-Rio e da própria variante da Central; estas
trouxeram as fábricas da Nitro-Química, em 1937, da Celosul, do
grupo Matarazzo, em 1941 e em frente à estação recém-aberta,
além da Cisper.

O bairro se chamou Vila Matarazzo, e a estação recebeu o nome
do terceiro filho do Conde Francisco Matarazzo.

O prédio da estação ainda era o original, e também ainda
sobreviviam por ali várias casas da vila ferroviária original em 2003.

Desde 1994 a estação atende aos trens metropolitanos da CPTM.
Em 2006, ela, que era o único dos prédios originais da variante de
Poá,
foi demolida. Um verdadeiro crime perpetrado pela CPTM.
Construiu-se uma estação provisória
de madeira e uma nova e
moderna estação foi aberta em 29 de janeiro de 2008.

AO LADO: O Comendador Ermelino Matarazzo (1883-1920), terceiro filho do Conde Francisco Matarazzo.


ACIMA: Anúncio de loteamento junto ao lado sul da variante da Central (variante de Poá) em
jornal de 1925; a linha ainda não estava assentada e demoraria para o ser, porém a estação já
estava praticamente pronta. Uma outra reportagem no mesmo jornal em 9 de julho de 1925 já
havia reportado uma grande festa no loteamento (Folha da Manhã, 9/12/1925).

ACIMA: Em 1930, a linha ainda não estava assentada também; somente em 1934 ela e a
estação foram abertas ao tráfego de trens (Sara Brasil, 1930).

1939
AO LADO: Acidente na estação (O Estado de S. Paulo, 1/11/1939).
1942
AO LADO: Acidente com morte na estação (O Estado de S. Paulo, 4/9/1942).


ACIMA: Em 1958, reportagem de jornal mostrava as deficiências das estações da Variante do
Poá: “Faltam bancos e coberturas nas plataformas, sanitários em número e condições
adequadas, limpeza em geral e o mais preocupante, em nenhuma das estações visitadas havia sinalização nas passagens de nível utilizadas por veículos e pedrestes”. Na fotografia de
então, a passagem de nível ao lado da estação de Comendador Ermelino, sem sinalização. Notar
que a via já estava eletrificada (Folha da Manhã, 21/7/1958).

ACIMA: Auto-trens parados à frente da estação de Comendador Ermelino, provavelmente anos
1980 (Autor desconhecido, acervo A. C. Belviso).

ACIMA: Povo revoltado com o atraso dos trens depreda a estação e póe fogo na bilheteria (que,
pelo visto, seria de madeira – é a que aparece ao lado da cobertura da plataforma no centro da
foto, toda destruída). CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA MAIOR (Folha de São Paulo,
15/5/1980).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; William Gimenez; Alex Ibrahim; Adriano
Martins; Henio Nascimento; Ricardo Corte; O Estado de S. Paulo, 1939; Folha da Manhã,
1958; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Guia Geral das
Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapa – acervo R. M. Giesbrecht)